terça-feira, 26 de maio de 2009

O que é Maratona

Nosso Blog iniciará hoje um tópico intitulado “O que é...” Aqui, todas as semanas tentaremos familiarizar as pessoas com os termos que envolvem as Corridas de Rua: Maratona, Meia Maratona, Ultra Maratona, Split Negativo, Coelhos, Treino Intervaldo, Fartlek, e outros.

Hoje o assunto é Maratona!

Não raramente, ao conversar sobre Corrida de Rua, me deparo com a seguinte situação: pessoas que dizem que qualquer corrida é uma Maratona. A questão entra sempre em voga, pois creio eu, a palavra maratona personificar o que é uma corrida de rua. Maratona da Pampulha e Maratona de São Silvestre.

História - A Maratona é uma das mais antigas modalidades praticadas no mundo. Diz a lenda grega, que a modalidade surgiu no sacrifício de um herói. O grego Pheidíppides percorreu 40 quilômetros entre as cidades de Maratona e Atenas, ambas na Grécia, para levar a notícia da vitória grega sobre os persas no ano 490 a.c. Ao concluir o duro percurso, o soldado anunciou: “Νενικήκαμεν” (vencemos a batalha) e depois morreu.

Apesar de imprecisa, essa é a história mais romântica que ilustra a origem da Maratona. Nos Jogos Olímpicos de 1896 a modalidade obteve reconhecimento. Na época o seu percurso tinha 40 quilômetros, diferente da marca atual: 42,195km.

Maratona Olímpica - Jogos 1896

Esse acréscimo de 2,195km aconteceu no ano de 1908, nos Jogos Olímpicos de Londres. A família real exigiu que a Maratona passasse no jardim do Castelo Windsor, assim eles poderiam assistir à prova. Com a mudança, o percurso, que já estava definido, ganhou alguns quilômetros extras e até hoje quando se disputa uma Maratona, os participantes percorrem 42,195km.

Atualmente, o recorde mundial pertence ao etíope Haile Gebrselassie, que no dia 28 de Setembro de 2008, na Maratona de Berlim, estabeleceu o tempo de 2h 03m 59s. Apenas um brasileiros já obteve esse recorde e foi Ronaldo da Costa em 1998, também em Berlim, com 2h 06m 05s.

Haile Gebrselassie - Berlim 2008

No feminino o recorde pertence a britânica Paula Radcliffe que venceu a Maratona de Londres em 13 de abril de 2003 com o impressionante tempo de 2h 15m 25s, 3 minutos abaixo do antigo recorde, da etíope Catherine Ndereba 2h 18m 47s.

Paula Radcliffe - Londres 2003

No Brasil atualmente temos apenas seis Maratonas: Florianópolis (19 de abril), Porto Alegre (24 de maio), São Paulo (31 de maio), Rio de Janeiro (28 de junho), Foz do Iguaçu (27 de setembro) e Curitiba (22 de novembro).

Temos também a opção de Maratona de Revezamento, que cobrem a distância de 42.195m, mas são percorridas por equipes, onde cada atleta da equipe fica responsável por correr determinado número de km. Essa idéia de correr em equipe está crescendo muito e algumas empresas encontram nessa alternativa uma forma de motivar e unir seus colaboradores em torno de uma prática saudável. Para quem não consegue percorrer todo o trajeto sozinho, dividir o trajeto com amigos ou fmailiares também parece ser uma grande e divertida opção.

No Brasil a maior é a Maratona de Revezamento Pão de Açucar, que em São Paulo atingiu sua 16ª edição e reuniu nesse ano mais de 30 mil atletas. Temos o Ayrton Senna Racing Day, prova de revezamento realizada no autódrogo Internacional de Interlagos, onde ocorre o GP Brasil de Fórmula 1.

Em Santa Catarina teremos em julho a 3ª edição da Maratona de Revezamento Beto Carreiro. Essa será realizada dentro do parque temático Beto Carreiro no balneário de Penha. Estarei participando dessa prova com meus amigos do Sesi estadual. Em outra oportunidade estarei divulgado mais esse evento.

Com esse pequeno histórico concluimos: Maratona é uma prova de 42.195m! Qualquer outra prova que fuja desse número, não pode ser classificada como Maratona.

Se você quiser vencer algo, corra 100 metros. Se quiser experimentar uma nova vida, corra a Maratona.” (Emil Zatopek)

http://www.webrun.com.br/corridasderua/conteudo/noticias/index/id/7566
http://pt.wikipedia.org/wiki/Maratona
http://www.revistacontrarelogio.com.br/materias/?6%20opções%20no%20Brasil%20para%20os%2042,2%20km.357

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Adriano Bastos vence Maratona de Porto Alegre

Ontem, na 26ª edição da Maratona de Porto Alegre, 4ª Maratona de Revezamento Braskem e Rústica de Porto Alegre, corredores de 17 Estados brasileiros povoaram as ruas da Capital. A fresca manhã de 18ºC de domingo recompensou o suor dos 4,5 mil corredores, protagonistas de uma paisagem que o Guaíba deixou ainda mais bela. Sem vento, o rio se transformou em um verdadeiro espelho d’água para testemunhar a vitória de Adriano Bastos, o hexacampeão da Maratona da Disney. Atrás dele, chegou o campeão do ano passado, José Pereira da Silva, de Natal, seguido por Giliard Pinheiro, de Santa Catarina.


Tremendo de frio e consciente de que era apontado como um dos favoritos, Bastos, que já havia disputado a Maratona de Porto Alegre em 2002, mal conseguia conter a felicidade por ter vencido pela terceira vez em 2009 – além da Disney, foi campeão em Santa Catarina – e, de quebra, melhorado seu tempo em relação a sua meta de 2h20min. Com os lábios roxos de frio, abrindo um largo sorriso, revelou-se aliviado por ter “acabado a pressão por vencer”. Seu maior objetivo como maratonista é chegar à Ultra-Maratona de Conrades, na África do Sul, em 2014. São 87km.

Classificação Final Maratona Masculina:
1º - ADRIANO BASTOS - 02h 19m 20s
2º - JOSÉ PEREIRA DA SILVA - 02h 21m 25s
3º - GILIARD ALTAIR PINHEIRO - 02h 22m 17s
4º - LAÍRTON DA SILVA - 02h 22m 48s
5º - GUSTAVO CAURIO - 02h 22m 55s


Para ver o resultado completo da 26ª Maratona Internacional de Porto Alegre, 4ª Maratona Revezamento Brasken e da Rústica de Porto Alegre acesse o link:

http://blogcorpa.blogspot.com/2009/05/26-maratona-internacional-de-porto_24.html

Carlos Roberto Oliveira venceu pela oitava vez a competição na cetegoria cadeirante com o tempo de 2h02min47s.

"Deus" era uma das palavras mais proferidas por corredores que completavam a Maratona. Passados os atletas de ponta, três horas depois começavam a aparecer os amadores, levantando as mãos para o céu, como se agradecessem por terem sobrevivido aos 42km.

Foto 01: Adriana Franciosi
Foto 02, 03 e 04: Mauro Vieira

http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2521550.xml&template=3898.dwt&edition=12381&section=1036

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Vanderlei Cordeiro de Lima

29/08/2004 – Jogos Olímpicos de Atenas
Último dia prova – Maratona Masculina

Era fim de tarde em Atenas e a delegação brasileira voltava dos Jogos Olímpicos de Atenas com mais uma campanha medíocre, a maior da nossa história olímpica (4 Ouros, 3 pratas e 2 bronzes). Em instantes começaria a Maratona Olímpica e o Brasil, sem chance alguma de medalha, tentava encontrar alegria: éramos os reis do Voleibol! Para apagar os fracassos, Bernardinho e Giba eram entrevistados a todo momento, dando uma falsa impressão de que tudo era bom.

Algumas emissoras nem passaram a maratona, enquanto outras usaram-na para uma espécie de retrospectiva olímpica, um balanço das poucas conquistas. Apenas duas pessoas acreditavam que estava para acontecer história em poucos momentos: um paranaense de Cruzeiro D’Oeste chamado Vanderlei Cordeiro de Lima e seu treinador Ricardo D’Angelo.

Ricardo não pode estar junto com Vanderlei na hora da largada, mas deixou uma carta de apoio ao atleta: "Infelizmente, não estarei na largada. Mas tenha certeza de que meu espírito e coração estarão. Não só na largada, como durante todo o percurso. Estou muito confiante em um excelente resultado, como já conversamos...Este é um sonho que estamos acalentando há muito tempo. Saiba que, seja qual for o resultado, você sempre terá meu apoio e confiança"

Corrida que começou no final da tarde ateniense em um percurso belíssimo, porém duro, com muitas subidas e descidas. Vanderlei Cordeiro começou a surpreender antes dos 10 km, em que saltou do 35º lugar para a primeira posição. Depois, rompeu os 15 km na 16ª colocação, permanecendo sempre no pelotão da frente. A partir daí, assumiu a liderança lentamente, ganhando cada centímetro. Ninguém acreditava que aquela fuga do pelotão resultaria em alguma coisa, mesmo assim seguiu firme, sozinho, com os outros todos vendo aquele maluco, sem entender direito o que estava acontecendo. Até o km 36 seguiu soberano, quando aconteceu o que ninguém esperava.


Câmeras filmavam Vanderlei com um olhar compenetrado, nada passava pela sua mente que não fosse chegar ao final dos 42.195m como vencedor. Vemos então a cara do corredor se retorcer, um olhar de pânico toma conta de seus olhos, a TV corta o sinal. Quando volta, cadê o Vanderlei? Vemos um tumultuo do lado esquerdo da imagem e em seguida vemos nosso corredor sair do meio da platéia com uma cara de tristeza cortante, uma infelicidade profunda. Naquele momento, Vanderlei havia sido atacado por um padre irlandês, que invadiu a raia olímpica, agarrou e atirou-o contra a platéia. Um gigante grego ajudou o corredor a levantar.

"Senti uma raiva enorme... Ele tinha 25 segundos de vantagem, o que da uns 250 metros. Mesmo se os outros tirassem uns três segundos por quilômetro, não iam alcançar. Ele perdeu pelo menos uns 20 segundos ali, perdeu a concentração, teve de recuperar o ritmo", afirmou o técnico Ricardo D'Angelo.

Depois de 1h50m de prova o guerreiro havia sido atingido. Levantou, procurou o ritmo, a concentração e seguiu, lutando heróicamente até o final. Com 2 horas de luta foi duplamente ultrapassado. Quando entrou no Estádio Panathinaikon foi recebido com festa e alegria: estava chegando o campeão olímpico. Todas as pessoas ali acompanharam sua luta pelo telão de dentro do estádio. Quando estava para cruzar a linha de chegada seu rosto se encheu de vida, fez sua coreografia típica, o aviãozinho, e chegou mandando beijos para o mundo: Você pode ser derrubado, mas sempre deve levantar!

Ninguém notou os dois que haviam chegado antes dele. Nunca vi uma pessoa mais feliz! Os repórteres, ávidos por alguns palavrões e desabafos acalorados, típico dos jogadores de futebol, ouviram da humildade em pessoa, as mais lindas palavras já ditas: "Queria ganhar uma medalha olímpica e consegui o bronze. Abdiquei de muita coisa na minha vida para isso. Não foi por acaso e nem foi sozinho. Agora sou um cara realizado"

Os palavrões e desabafos ficaram por conta do oportunista presidente do COB Carlos Artur Nuzman, mas esse, a história fará questão de apagar.

Vanderlei Cordeiro de Lima ficou com a medalha de bronze e recebeu a maior honra do esporte mundial, o Prêmio Barão de Coubertin, por ter mantido acima de tudo o espírito olímpico.

Na premiação olímpica no Estádio de Atenas, o sorriso de Vanderlei iluminou o estádio. Foi mais aplaudido que todos! Nunca revindicou a medalha de ouro. Sabia que mais importante que a cor de sua medalha é o sentimento de que fez o melhor, de seu máximo!

Ele é o meu herói olímpico: Vanderlei Cordeiro de Lima!

http://www.vanderleidelima.com.br/
http://esporte.uol.com.br/olimpiadas/ultimas/2004/08/31/ult2247u457.jhtm
http://esporte.uol.com.br/olimpiadas/ultimas/2004/08/29/ult2247u452.jhtm